Dia 26. Hoje o dia foi tenso, a maré só baixou em torno de 10h, saímos tarde com dor no coração e vontade de quero mais do excelente hotel VENTO BRASIL em Paracuru, todo novinho, piscina, ar condicionado de primeira, recomendo, e a tarifa ficou bem acessível depois de uma negociação com Aline, R$ 45,00 por pessoa com um café da manhã. Única coisa ruim é a água do chuveiro que sai quente demais e não tem água fria. Ontem de noite comi uma pizza média inteira e os outros comeram um excelente peixe à brasileira. Foi nossa única refeição do dia com exceção de um copão de 700ml de açaí que comemos em Peçém.
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Fachada do Hotel Vento Brasil em Paracuru-CE |
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Interior do Hotel Vento Brasil em Paracuru-CE |
Demorei para sair do hotel e o pessoal sumiu, já tinham partido. Saí pedalando pela praia em direção ao norte e me encontrei com eles um pouco antes da barra do rio Curú. Tentamos atravessar e não deu, voltamos para a margem e eu saí dando voltas , entrei na água em diversos lugares e nada, não dava para atravessar. Tivemos que voltar uns 2km, subimos um morro, entramos em uma estradinha de terra e seguimos em frente por alguns quilômetros e ficamos em uma encruzilhada. Ou tentávamos atravessar para a praia meio no escuro pegando um atalho adentrando um mangue percorrendo uns 10km ou seguir pela estrada de terra e dar uma volta de 20km até alcançar o mar. Decidimos fazer o percurso da emoção, pelo mangue.
Fiz um exploratório, encontrei uns nativos, perguntei e voltei pra buscar o pessoal. Descemos a estradinha, uma descidinha boa, entramos numa fazenda, logo depois uma curva e atravessamos uma faixa de uns 50m de água com barro preto, pedalando mesmo, uns 40 a 50 cm de profundidade. O Bittencourt e a Janice passaram com a bike nas costas, ela com cara de nojo por causa do cheiro de mangue, Dali fomos meio no instinto por uma trilha e chegamos na margem do rio lamacento e ficamos assobiando alto para ver se chegava alguém com canoa e nada. Peguei a bike e fui explorar enquanto eles ficaram na margem, cheguei em diversos lugares sem saída, peguei alguns singles irados, então encontrei dois peões com uma carroça de jegue cheia de lenha que disseram que iam nos atravessar. Depois de algum tempo um deles chegou com uma canoa, colocamos a bike e atravessamos o famigerado rio Curú, que nem é muito largo. Filmei tudo com a Gopro HD, mas a internet aqui, mesmo wifi, é precária, só vou conseguir postar em Brasília, só sei que perdemos horas nessa empreitada.
Na saída do rio tiramos foto com o Manoel e empurramos a bike até umas dunas, foram uns 800m de areia fofa até chegar na praia. Ao chegarmos lá tínhamos pedalado apenas 17 km, faltavam uns 9km pra Lagoinha pela praia e a maré já estava subindo. Enquanto o Bittencourt e o Demeure se lavavam na água do mar do nada chegou nosso carro de apoio com o Rogério e com cerveja gelada, minha corrente estava quebrada, consertei, partimos e o carro de apoio foi na frente pra explorar o terreno. A relação da minha bicicleta está muito ruim.
Ao sair pedalando pela praia a areia estava muito fofa, tivemos que murchar os pneus até quase encostar no aro para não afundarmos e conseguirmos pedalar, e alguns minutos depois o Bittencourt começou a passar mal, eram cerca de 16h e não tínhamos comido nada. Dei um pão com linguiça e queijo que eu tinha roubado do café da manhã e o Demeure deu gel e fomos em um ritmo lento até Lagoinha. A chefa Janice está MUITO BEM, pedalando forte e a bike dela não afunda na areia como a nossa.
A maré estava subindo quando chegamos em Lagoinha, Demeure e Janice entraram numa propriedade para chegar na cidade e e eu e Bittencourt terminamos o percurso com emoção indo pela praia e atravessando umas pedras escorregadias. Ligamos pro Rogério que já estava na próxima cidade, retornou e jantamos um filé à parmegianna, ficamos na pousada do Sol, de um simpárico espanhol que nos atendeu muito bem. A intenção era seguirmos até Mundaú, mas não deu, ligamos pro Rogério, que voltou e jantou com a gente. No meu GPS marcou 29 km e no dos outros marcou 25km. Muito pouco, mas a aventura e os perrengues valeram, são essas coisas que a gente mais lembra quando acaba uma viagem dessas, os obstáculos.
Aqui tem chovido bastante de madrugada, mas durante o dia o sol tá de rachar.
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Chegada em Lagoinha, no final da tarde. |